Governo está "viciado em ir ao bolso dos portugueses"

O PS acusou hoje o Governo de estar "viciado em ir ao bolso dos portugueses", num comentário às notícias de que haverá novas portagens em autoestradas do Norte e da Grande Lisboa.
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"Este é um Governo viciado em ir ao bolso dos portugueses e é um bom exemplo da espiral recessiva e da falta de transparência deste Governo", afirmou à agência Lusa o coordenador do PS na Comissão Parlamentar de Economia e Obras Públicas.

Rui Paulo Figueiredo recordou as palavras do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sobre a redução dos encargos das Parcerias Público Privadas em 250 milhões de euros.

"Mas ficamos a saber que falhou nessa meta. A redução é marginal e vai passar encargos de privados para os públicos e pretende a grande maioria destes 250 milhões de euros através da introdução de portagens", argumentou.

O socialista anteviu o "efeito recessivo" na Economia da introdução de portagens por reduzir novamente o rendimento disponível dos cidadãos e por sobrecarregar o transporte de mercadorias.

"E tudo isto nas costas dos portugueses e nas costas do Parlamento, ficando nós a saber que é mais um estudo que foi submetido a organizações internacionais e que só temos conhecimento pela imprensa", apontou.

O ministério da Economia fez saber que o executivo ainda "não tomou qualquer decisão" sobre a introdução de novas portagens e que as notícias têm sido fomentadas "por parte de quem quer ver enfraquecida a posição do executivo".

Os jornais referem que a medida consta de um documento confidencial do executivo, entregue à 'troika' em novembro, durante a sexta avaliação do memorando de entendimento.

"O Governo reafirma o seu empenho no aprofundamento do princípio do utilizador-pagador e não do contribuinte-pagador, tal como aconteceu nos últimos anos em Portugal", refere ainda um comunicado do ministério.

De acordo com os jornais de hoje, a maior parte das portagens estão pensadas para as ex-SCUT do Norte Litoral, entre o Porto e Viana do Castelo, as do Grande Porto, nomeadamente o troço até Lousada, e as da Costa de Prata, entre Mira, no distrito de Aveiro, e o Porto.

O documento pondera também o regresso das portagens entre o Porto e a Maia, na A3, e a colocação de dois novos pórticos na A16, na Grande Lisboa, em Cascais e Sintra.

Com as novas portagens, o Governo espera um aumento das receitas entre os 47 milhões e os 70 milhões de euros anuais.

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